Líder de empresa familiar abre mão de sonho para assumir companhia – EPTV

Líder de empresa familiar abre mão de sonho para assumir companhia – EPTV

O Diretor Geral da SM Consultoria, Treinamentos e Palestras Sergio Henrique Miorin foi entrevistado pela reportagem da EPTV Campinas no Quadro sua chance, e desta vez ,falou da administração de empresa familiar e sucessão. Confira o texto abaixo e assista o vídeo da reportagem que foi ao ar no dia 14 de Outubro de 2014.

Conquistas e mudanças dividiram espaço nos 52 anos de história da família de Leandro Tempeste na Presidência da fábrica Kisabor , de gêneros alimentícios de Valinhos (SP). A empresa Kisabor é cliente da SM Consultoria, Treinamentos e Palestras.

Ele é o segundo presidente da empresa familiar, assumiu o cargo logo após a aposentadoria do pai há dois anos, e hoje uma irmã e um tio dividem com ele a administração da companhia. Os resultados têm atravessado gerações – passou de clientes locais para 3,7 mil em todo o Brasil – mas não sem sacrifícios.

Profissionalização empresa familiar Sergio Miorin EPTV

O Quadro sua chance desta semana mostra que vencer conflitos e deixar outros sonhos de lado fazem parte da missão de levar adiante as realizações de empresas regidas por famílias. Por meio de uma “receita”, especialista garante que crescimento pode chegar a 30%.

Para o professor da Fundação Getúlio Vargas de Campinas (SP) e consultor em Gestão de Pessoas e Recursos Humanos Sergio Miorin, a pessoa à frente do negócio deve sempre estar preocupada com a capacitação, própria e dos seus sucessores a ele; com investimentos em todas as áreas, principalmente as que dependem de uma qualificação cada vez mais escassa; e com a divisão de contas e os momentos de satisfazer as necessidades da empresa e as dos sócios. “A companhia e os investimentos devem vir em primeiro lugar e, só depois, os sócios devem pensar em retiradas”, esclarece o especialista.

Na outra ponta desse processo, o líder precisa ser guiado pela vocação, além de seguir com os planos da família. Isso significa ter segurança em afirmar que tem as qualidades exigidas pelo cargo para que o sucesso seja uma consequência.

Profissionalização da empresa familiar - Leandro Tempeste

Leandro Tempeste – Presidente da Kisabor

Há 31 anos trabalhando na empresa criada pelo pai, Tempeste chegou a repensar a carreira. “Teve uma época que queria ser piloto de avião. Era um sonho de criança. Pensei em ir atrás, mas logo percebi que o meu sangue mesmo era para tocar a fábrica. Quem sabe quando me aposentar volto a pensar nisso”, conta o presidente.

Sucessão preparada

Mais do que em qualquer outra companhia, o idealizador do negócio das empresas familiares sonha em ter um sucessor que divida os mesmos ideais e seja, com sorte, mais competente a ponto de multiplicar os ganhos e se expandir no mercado. Mas, além de preparar esse profissional para assumir a cadeira mais importante da companhia, é preciso identificar quem, de fato, tem vocação para isso.

Segundo o Miorin, insistir em um parente sem “jeito pra coisa” pode colocar a empresa em risco. “É importante lembrar que os familiares podem trabalhar em diversos setores de acordo com o que gostam de fazer. É melhor investir dessa forma do que insistir numa função para a qual ele não está preparado”, afirma.

A capacitação é algo que precisa começar cedo. O ideal é que o futuro líder tenha passado por todos os setores da empresa. Foi assim com Tempeste que, aos 12 anos, já percorria o chão da fábrica com o pai. “Estava no sangue, sempre gostei de acompanhá-lo”, conta o presidente, que se especializou ao longo da carreira.

Liderança deve criar clima de confiança

Os conflitos são inevitáveis em qualquer empresa, segundo Sérgio Miorin. Mas, no caso de familiares envolvidos, é preciso ter cuidado para não gerar uma sensação de instabilidade e insegurança entre os funcionários.”Em uma empresa, já vi um sócio dar uma ordem e o outro cancelar na frente de funcionários. Isso cria um clima ruim, o funcionário fica sem saber para quem deve responder”, explica o especialista.

No exemplo de Valinhos, uma fusão e a criação de um conselho chegaram a abalar as decisões. “Cada um achava que sabia mais do que o outro, tinha conflitos. Hoje decidimos tudo com consenso”, conta o presidente.

De acordo com o Sebrae, a influência da família nas decisões de uma companhia é um fator expressivo. O Brasil tem mais de nove milhões de micro e pequenas empresas, sendo que quatro milhões estão no estado de São Paulo. Do total, 88% contam com recursos próprios e da família, em 59% os parentes são consultados nas tomadas de decisões e 33% dos funcionários são proprietários e familiares.

 

O mito da profissionalização

Quando se fala em profissionalizar uma empresa familiar há quem pense que a administração do negócio deverá ser ocupada por pessoas de fora e só. Mas não é isso. Segundo o especialista, o processo de profissionalização neste caso se resume à capacitação do líder, que precisa estar atento à todas as novidades do mercado, e, adicionado a isso, contar com a visão de uma pessoa do ramo que não seja da família, podendo ser um profissional de gestão ou um consultor.

Fato é que essa mudança pode garantir 30% a mais nos resultados, segundo o Miorin.

 

 

 

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