Programas para trainees e estágios são rotas atraentes

Programas para trainees e estágios são rotas atraentes

O Diretor Geral da SM Consultoria, Treinamentos e Palestras Sergio Henrique Miorin foi ouvido pela reportagem do Jornal Correio Popular sobre o início de carreira através dos estágios e programas de trainees.

A matéria foi ao ar no site do Correio Popular no dia 4/08/2013 com reportagem de  Adriana Leite e no mesmo dia no caderno Carreiras da versão impressa do jornal.

Ter uma carreira promissora é o sonho de muitos estudantes e recém-formados. Os programas de trainees e os estágios podem ser o caminho mais seguro para atingir esse objetivo. Demonstrar interesse, se ajustar às necessidades da empresa, buscar conhecer a cultura da companhia e ser capaz de executar multitarefas são fatores apontados como primordiais para quem deseja agarrar a chance que se abre a partir da aprovação no processo seletivo.

“Entrei em 2001 na Eaton como estagiário na área de direito. Já havia atuado em escritório de advocacia e foi minha primeira chance de trabalho em uma multinacional. As grandes empresas têm uma linguagem de negócios voltada para o mundo empresarial”, conta o gerente de Ética Global e Conformidade da Eaton América do Sul, Jorge Alberto Alencastre, de 34 anos.

Ele afirma que o estagiário ou trainee tem que estar aberto para trabalhos com tarefas multidisciplinares. “Outro conselho é aprender a lidar com a pressão e com a convivência com grupos que têm linguagens diferentes. Aprender a trabalhar em equipe é fundamental”, comenta.

O executivo diz que a escolha pelo processo de seleção da Eaton teve como parâmetro o fato de a empresa estar consolidada em um nicho de negócios e ter boas práticas. “A possibilidades do desenvolvimento de carreira também contou muito”, ressalta.

Alencastre comenta que hoje os estudantes ou recém-formados em direito buscam por mais oportunidades em empresas. “O trabalho nas empresas é bastante desafiador. Em geral, a parte de contencioso (acompanhamento dos processos no Poder Judiciário) fica com um escritório parceiro. O profissional da empresa fará a interface com os vários departamentos da companhia”, pontua. O executivo se formou em administração de empresas na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas).

O recém-formado Felipe Marcos de Lima, de 26 anos, está há um ano no programa de trainee da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic). “O mercado hoje é bem exigente e quer profissionais qualificados. Os programas de trainee e estágio são importantes para dar chance a quem está entrando no mercado de trabalho. A experiência adquirida é relevante para complementar a formação acadêmica”, salienta.

A recém-formada em administração de empresas, Rafaela Veiga, de 26 anos, conseguiu uma das tão sonhadas vagas de trainee da Robert Bosch. “O processo seletivo é rigoroso, mas é importante para avaliar os candidatos. A escolha pela Bosch não se pautou pelo salário pago pela empresa, mas as oportunidades futuras de crescimento na organização.”

Salário

Os salários pagos para os trainees por grandes empresas podem ultrapassar R$ 6 mil e os valores de bolsas oferecidas aos estagiários chegam a R$ 2 mil. Os jovens recebem ainda benefícios como vale-refeição, assistência médica e odontológica, seguro de vida e outras benesses. Muitos profissionais experientes não conseguem receber remunerações iguais a profissionais que entram pelas portas dos programas. Com a escassez de mão de obra qualificada e a necessidade de formação conforme a filosofia das empresas, os novatos ganharam importância e os “melhores da turma” são disputados com afinco pelas companhias.

A diretora da Business Partners Consulting, Viviane Gonzalez, afirma que as empresas estão dispostas a pagar mais pelos novos talentos, mas elas também estão mais exigentes nos processos seletivos.

“As organizações também querem retorno do investimento e buscam por pessoas comprometidas com as empresas”, diz. Ela comenta que o apagão de talentos fez as companhias irem ao mercado em busca de trabalhadores. “Como está difícil encontrar um profissional pronto, uma estratégia que ganhou força foram os programas de trainees e estagiários”, salienta.

Ela analisa que o mercado está inflacionado e em regiões industriais a caça por talentos é ainda mais acirrada. “O candidato que passa pelo processo de trainee na região hoje tem que estar tão preparado quanto se fosse fazer a prova do vestibular. Ele precisa ainda ter desenvolvido competências pessoais que o credenciem a entrar na empresa”, cita.

O professor de Recursos Humanos e Gestão de Pessoas do IBE-Fundação Getúlio Vargas (FGV)Sérgio Miorin, afirma que as empresas de médio e pequeno portes também descobriram a importância da contratação de estagiários e trainees.

Professor da IBE-FGV Sergio Henrique Miorin

Os candidatos devem ter várias competências e desenvolver atividades em diferentes áreas para conquistar uma vaga em definitivo na empresa. Os processos de escolha podem durar até dois meses”. O especialista ressalta que acabou a antiga história de que estagiários são mão de obra barata.

 

 

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