Ser chefe não é para qualquer um – Correio Popular

Ser chefe não é para qualquer um – Correio Popular

O Diretor Geral da SM Consultoria, Treinamentos e Palestras Sergio Henrique Miorin foi entrevistado mais uma vez pela reportagem do Jornal Correio Popular de Campinas para o Caderno Empregos. Confira abaixo a matéria na íntegra publicada no dia 20 de Julho de 2014.

Reportagem de  Sheila Vieira sheila@rac.com.br

Quem não delega tarefas e não incentiva a participação da equipe tem perfil centralizador e acaba se prejudicando com isso
“É muito triste nos depararmos com um chefe que é ótimo do ponto de vista técnico, mas com alto grau de rejeição entre seus colaboradores”, afirma Sergio Miorin, especialista em gestão de pessoas e diretor geral SM Consultoria, Treinamentos e Palestras.

Segundo ele, a relutância em admitir que o problema de gestão está diretamente relacionado à chefia e à direção da empresa é muito comum. Acontece em 60% dos casos. “A maioria dos chefes não está preparada para ocupar cargos de liderança. É o resultado da promoção do melhor profissional do ponto de vista técnico, mas sem qualquer ligação com gestão”, constata.

As habilidades de líder e de gestor não estão relacionada com competências técnicas, sendo necessário submeter o novo chefe (ou gestor) a treinamentos para melhorar seu lado comportamental e de relacionamento com a equipe. “Tanto é verdade que a maior parte dos ingressantes em MBA de gestão de pessoas são engenheiros e profissionais da área de qualidade e logística”, aponta o docente da FGV.

Cargo de Chefe não é para Qualquer um - Correio Popular Julho 2014

O que define o bom líder, na visão de Miorin, é conseguir evoluir no posto, passando pelo estágio do chefe arcaico, que não se aproxima da equipe, à fase em que traz a equipe para auxilia-lo e, por último, a fase do líder coach ou gestor coach, na qual ele orienta a equipe a buscar soluções e a aumentar sua participação colaborativa. “O bom líder é aquele que consegue implantar uma gestão participativa com o time. Fornece ferramentas adequadas e desperta seguidores”, complementa.

Nas consultorias que realiza em empresas de vários portes, Miorin colhe depoimentos durante a ouvidoria, fase em que constata que 90% dos chefes reclamam da falta de tempo para liderar frente a outras responsabilidades impostas pelo cargo. “Tenho mais de dois mil depoimentos nos quais a maior reclamação dos gestores é a falta de tempo para se dedicar à liderança”, aponta.

Na análise de Miorin, quem não delega tarefas e não aumenta a participação da equipe tem perfil centralizador e acaba ficando sem tempo para exercer liderança. “Quem não consegue sair de férias porque teme que as coisas não irão andar na sua ausência, não está fazendo gestão”, alerta.

Esse não é o problema da diretora de RH da Perfetti Van Melle, Cynthia do Valle Bezerra, de 53 anos, que trabalha há nove na empresa de 611 funcionários — onde são fabricados produtos como a goma Mentos — e coordena diretamente uma equipe de 10 pessoas.

Segundo ela, uma equipe com experiência e habilidades desenvolvidas ajuda muito o gestor a focar nas ações estratégicas e projetos. “Focamos no planejamento estratégico com visão de cinco anos e nas ações de curto prazo que são realizadas no ano. Assim, temos condições de planejar e priorizar os projetos”, conta.

No cargo, em que geralmente trabalha de oito a nove horas por dia, Cynthia diariamente se depara com desafios, como por exemplo, de alinhar as ações do planejamento da empresa com os assuntos rotineiros e operacionais.

“Principalmente aqueles que exigem atenção com as pessoas da organização”, ressalta. Para enfrentar as pressões diárias impostas na posição em que ocupa na Perfetti, a gestora defende a importância da disciplina na organização de atividades e no foco. Também menciona manter a agenda organizada, delegando tarefas e desenvolvendo constantemente a habilidade de escutar as pessoas e trazer soluções para o colaborador e a empresa.

Na Perfetti, do diretor-presidente ao operador, todos os níveis da organização têm avaliação de desempenho anual. No cargo em que ocupa, cujo principal papel é atender às políticas da organização no que se refere ao ambiente de trabalho com qualidade, gestão de pessoas e entrega de resultados, Cynthia informa que a mensuração da qualidade dos serviços prestados no cargo é comprovada por meio de indicadores sobre atração e retenção de talentos, programas de treinamento, desenvolvimento de líderes, planos de sucesso, pesquisa de engajamento. Ferramentas alinhadas ao crescimento da companhia.

Cynthia foi indicada para o cargo em 2005 por um headhunter e sua entrada na Perfetti tinha o objetivo de implementar as melhores práticas de RH dentro de uma visão estratégica da empresa, que na época acabara de passar por uma fusão. “Fui muito bem recebida pela equipe de RH que já estava na empresa há alguns anos, e também pelo grupo de diretores”, recorda.

Veja abaixo como a matéria foi exibida no Jornal Correio Popular – Caderno Empregos. Clicando na imagem é possível fazer o download da versão em PDF.

Matéria - Cargo de Chefe não é para Qualquer um - Correio Popular Julho 2014

 

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