Trabalhador fica nove meses no emprego – Jornal Todo Dia

Trabalhador fica nove meses no emprego – Jornal Todo Dia

O Diretor Geral da SM Consultoria, Treinamentos e Palestras Engenheiro Sergio Henrique Miorin foi entrevistado pela reportagem do Jornal Todo Dia; o tema da matéria foi um levantamento realizado na RMC (Região Metropolitana de Campinas)  revelando que o trabalhador fica em média nove meses no emprego. A construção civil se revelou no estudo o mais instável entre os setores analisados.

A reportagem é de Michele Trevisan. 

Entre janeiro e outubro do ano passado, os trabalhadores da RMC (Região Metropolitana de Campinas) permaneceram em média nove meses na mesma empresa. De acordo com levantamento feito pelo Observatório Metropolitano de Indicadores da Agemcamp (Agência Metropolitana de Campinas), com base em dados do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), o setor da construção civil foi o mais instável, com média de permanência de cinco meses. Já a indústria teve o maior tempo de permanência: 13 meses. Para especialistas, os dados sinalizam aumento da rotatividade do mercado de trabalho, impulsionado pela falta de mão de obra qualificada.

Engenheiro Sergio Miorin

Sergio Miorin, especialista em Recursos Humanos e Gestão de Pessoas

“O que acontece é que esse cenário é representado pela falta de mão de obra qualificada e pela necessidade de produção. De uns seis a sete anos para cá, aumentou muito a demanda, e a especialização não cresceu. Por isso, a rotatividade é grande. Empresas fazem apostas no funcionário e, muitas vezes, ele não rende o esperado. Mas, há também o outro lado. Como existe muita demanda, os funcionários acabam recebendo oferta de outras empresas”, explicou o especialista em Recursos Humanos e Gestão de Pessoas da IBE-FGV e diretor geral da SM Consultoria Treinamentos e Palestras, Sergio Miorin.

CONSTRUÇÃO CIVIL

A construção civil e o comércio foram os setores com menos estabilidade. De acordo com os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho, entre janeiro e outubro de 2013, o período do vínculo formal dos empregados na construção foi de cinco meses e no comércio, de sete. “Esses números baixíssimos também são reflexo das empresas que não esperam mais do profissional a permanência por décadas. Mesmo porque também falta estrutura para mantê-los”, ressaltou o especialista em gerenciamento e projetos empresariais da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Agliberto Cierco.
O atendente José Renato Fernandes, 24, já viveu a rotatividade do comércio, e há dois anos integra a lista de trabalhadores que ultrapassaram a média de sete meses em estabelecimentos comerciais. Há dois anos ele trabalha em uma livraria. “Nesse emprego eu estou há mais tempo. Mas, já trabalhei em uma loja de informática por quatro meses e em uma loja de games por outros dois. No período que estou aqui (na livraria) presenciei a rotatividade de muita gente. Meu chefe mesmo fala que aqui é emprego temporário, e eu pretendo sair para arrumar outro”, relatou.

Com o desejo de mudar de emprego, certamente Fernandes contribuirá para a rotatividade do mercado de trabalho. O cenário, de acordo com o especialista em Recursos Humanos e Gestão de Pessoas Sergio Miorin, pode ser visto com bons olhos pelas empresas. “Não existe mais a política de que para um profissional ser bem visto ele precisa se enraizar na empresa. Se ele é bom, terá boas propostas de mudança. Se não for qualificado, perderá mercado. Essa já é uma política dentro das empresas. Além disso, só conseguem manter profissionais por muitos anos multinacionais que têm salários competitivos e oferecem muitos benefícios, casos de uma empresa ou outra na região”, disse.

Um caminho sem volta

Os setores da indústria e da agropecuária foram os mais estáveis na RMC (Região Metropolitana de Campinas) no ano passado. De acordo com os dados do Caged, na agropecuária o período foi de oito meses de permanência, enquanto na indústria, um ano e um mês.
Os números, no entanto, são considerados baixos. “Não teremos mais o profissional que permanecerá enraizado na empresa. Dificilmente teremos exemplos de pessoas há 15, 20 anos na empresa. A realidade é outra, é um caminho sem volta. A tendência é termos um mercado ainda mais rotativo ou cada vez mais terceirizado”, relatou o especialista Sérgio Miorin.
Ainda segundo Miorin, a contratação de PJs (pessoas jurídicas) vem aumentando. “Dessa maneira, é mais barato mantê-las, principalmente os funcionários de alto escalão. Mesmo porque toda vez que é preciso fazer uma recontratação a empresa tem prejuízo financeiro. Ela gasta para sondar, para contratar, para treinar.”

Veja abaixo como a noticia foi publicada no Jornal Todo Dia no dia 06 de Janeiro de 2014:

Trabalhador fica nove meses no emprego - Jornal Todo Dia

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