Veja dez coisas que você jamais deve dizer para um chefe – UOL

O Diretor Geral da SM Consultoria, Treinamentos e Palestras, Sérgio Henrique Miorin foi entrevistado em matéria publicada no portal UOL. No sessão UOL Mulher – Comportamento, Sergio Miorin falou sobre certos comportamentos de profissionais em relação ao chefe: “Veja 10 coisas que você jamais deve dizer ao seu chefe”. Confira a matéria na íntegra abaixo:

Seu chefe é compreensivo e adepto da linha “amigão”? Sorte a sua. Ainda assim, por mais tolerante e camarada que ele seja, existem certas frases que não devem ser ditas em nenhuma circunstância. Elas transmitem descaso, falta de profissionalismo e desinteresse pelo trabalho. Veja quais são para evitá-las, pois até mesmo os chefes do tipo bonzinho não engolem determinadas desculpas e justificativas. Por Heloísa Noronha, do UOL, em São Paulo

“PRECISO DE UM AUMENTO PORQUE TENHO DÍVIDAS”: “Para pedir um aumento, é preciso apresentar fatos sobre seu desempenho que o justifiquem, e não usar questões particulares como argumento”, declara Fernanda Schroder Gonçalves, coordenadora do Ibmec Carreiras –unidade do centro educacional Ibmec que orienta alunos e ex-alunos no planejamento da carreira– em Belo Horizonte (MG). Nunca diga que “precisa” de aumento ou o motivo pessoal que existe por trás desse desejo. Seu chefe não precisa saber sobre sua vida financeira pessoal. “O chefe não tem que lhe dar um aumento porque você está com problemas de dinheiro; a culpa não é da empresa”,

“ISSO É IMPOSSÍVEL”: para dizer que é impossível, você já deve ter considerado todas as possibilidades existentes para resolver o problema, não é mesmo? “Geralmente, não é isso o que acontece. E aí o profissional acaba passando uma imagem pessimista, passiva e, ainda pior, de má vontade”, diz Fernanda Schroder Gonçalves, coordenadora do Ibmec Carreiras. Por mais difícil que seja a tarefa, busque informações, peça ajuda e tente resolvê-la. Se o trabalho foi passado, provavelmente, não é impossível de realizar, mas precisa de dedicação. “O funcionário sempre deve se esforçar para cumprir o que o chefe solicitou, pois, mesmo que não consiga, passará a imagem de que é persistente, responsável e que pelo menos tentou”, afirma Daniela Lopes, sócia e diretora geral da RED, empresa de recrutamento e seleção de executivos

“ISSO NÃO FAZ PARTE DO MEU TRABALHO”: de acordo com a psicóloga organizacional e orientadora de carreiras Izabel Failde, de São Paulo (SP), esse é o argumento típico de quem não se importa com a imagem que transmite, não pleiteia promoções nem está comprometido com a organização, com a equipe ou com o chefe. “É uma frase que revela que a pessoa está saturada da empresa e quer ser dispensada”, explica. Se você não se encaixa em nenhum desses exemplos e planeja galgar novos degraus na carreira, reveja seu comportamento. “Se o chefe está lhe pedindo determinada coisa, independentemente de fazer parte ou não das suas funções, você deve realizar ou pelo menos tentar. No trabalho, muitas vezes executamos funções que não fazem parte do nosso escopo de atividades, mas que são necessárias em alguns momentos. Isso acontece, inclusive, com o seu chefe”, afirma a consultora Tatiana Pina, da empresa paulistana de recrutamento e seleção Cia de Talentos. Falar desse jeito demonstra que não poderão contar com você, o que pode impactar no seu crescimento na empresa.

“MOLEZA, QUALQUER UM FAZ ISSO!”: Jura? Que bom para você! Mas talvez o trabalho que lhe pediram não seja assim tão fácil para o colega de equipe –ou até mesmo para o seu chefe. Quando você diz essa frase, sem perceber, pode desqualificar alguém, o que pode comprometer bastante seu futuro profissional. “Jamais diminua um trabalho ou projeto. Você pode deixar a pessoa do outro lado não muito feliz com essa resposta”, informa Sergio Miorin, professor de gestão de pessoas dos cursos de MBA e pós-graduação da IBE-FGV, escola de negócios da Fundação Getúlio Vargas. E a psicóloga organizacional e consultora de carreiras Izabel Failde, de São Paulo (SP), completa: “Prepare-se para uma possível sobrecarga de trabalho, já que seu cotidiano está fácil demais”

“SÓ UM MINUTINHO, JÁ VOU!”: enquanto isso, você atende uma ligação pessoal nem um pouco urgente, atualiza o blog ou vasculha o Facebook… Sempre é bom lembrar que o horário de expediente deve ser dedicado ao desempenho do trabalho. “Uma coisa é fazer algumas atividades pessoais de forma rápida e discreta, como forma de descontrair, procurar inspiração ou até mesmo para resolver alguma demanda. Outra coisa é fazer o chefe esperar enquanto você posta no Facebook”, diz Fernanda Schroder Gonçalves, coordenadora do Ibmec Carreiras. Além de ser uma falta de respeito com o chefe, o profissional que age assim está demonstrando que o trabalho não está em primeiro lugar, o que poderá interferir em sua avaliação e na permanência na empresa. Segundo a psicóloga organizacional e consultora de carreiras Izabel Failde, de São Paulo (SP), essa atitude é o primeiro passo para fazer com que fiquem de olho em você. “Prepare-se para ser observado, controlado, questionado… E o nível de exigência pode aumentar muito”, conta

“ISSO NÃO É PROBLEMA MEU”: um problema da empresa deve ser encarado como um problema de todos aqueles que fazem parte dela. Toda corporação depende da sua equipe para ter sucesso e para ultrapassar conflitos que, quando surgem, podem muito bem afetar a todos, direta ou indiretamente. Além de expressar desinteresse, essa frase também pode fazer com que o profissional seja visto como preguiçoso. “Essa é uma ótima maneira de difundir uma má reputação. O profissional deve fazer o que puder para ajudar. Se não tiver nada construtivo para dizer sobre o assunto, é preferível não dizer nada”, afirma Fernanda Schroder Gonçalves, coordenadora do Ibmec Carreiras. “O que acontece é que, às vezes, nem é você que terá que resolver a questão, mas evite falar desse modo. Em vez disso, direcione o problema para a pessoa certa”, diz Sergio Miorin, professor de Gestão de Pessoas dos cursos de MBA e pós-graduação da IBE-FGV, escola de negócios da Fundação Getúlio Vargas

“É CHATO DIZER ISSO, MAS FOI CULPA DE SICRANO(A)”: delatar ou jogar a culpa em outra pessoa não é bem visto em nenhuma organização. Essa atitude pode colocá-lo na posição de “dedo duro”. Você pode passar a ser visto como alguém em quem não se pode confiar. E mais: jamais ponha a culpa de um problema para outra pessoa, principalmente se ela não estiver por perto para se defender. “O ideal é encontrarmos as causas, depois nos preocuparmos com quem fez. Não com um intuito de achar o culpado, mas de orientação para não repetir o erro”, informa Sergio Miorin, professor de gestão de pessoas dos cursos de MBA e pós-graduação da IBE-FGV, escola de negócios da Fundação Getúlio Vargas.” Lembre-se, ainda, que quem tem a autoridade para decidir e avaliar de quem foi a culpa é o chefe, e não o funcionário, que pode parecer despreparado e arrogante ao não admitir os próprios erros”, declara Daniela Lopes, sócia e diretora geral da RED, empresa de recrutamento e seleção de executivos Orlando/UOL

“SE EU NÃO RECEBER UM AUMENTO, VOU CAIR FORA!”: a verdade é dura, mas acredite: ninguém é insubstituível. “Agir dessa maneira pode marcar você como alguém arrogante”, diz Fernanda Schroder Gonçalves, coordenadora do Ibmec Carreiras. “Quando for pedir por algo, nunca imponha sua vontade com ameaças. Lembre-se que fazer as coisas à base da chantagem faz com que outras pessoas percam o respeito por você e arruína o relacionamento com seu chefe”, completa. E ainda há o risco de você ouvir “na lata”: “Então, pode ir!”

“NÃO É JUSTO…”: ficar fazendo drama no ambiente de trabalho demonstra imaturidade. Reclamar a maior parte do tempo também. “Se você acha algo injusto, procure demonstrar do que precisa para ter mais satisfação com o próprio trabalho, em vez de ficar se lamentando pelos cantos”, explica a psicóloga organizacional e consultora de carreiras Izabel Failde, de São Paulo (SP). Nenhum profissional precisa se conformar com determinadas coisas, mas lançar indiretas (ou até mesmo diretas) ao chefe e ficar choramingando nos corredores ou no cafezinho não leva a nada. Ao invés disso, trabalhe com mais afinco para que seus argumentos sejam válidos

“NÃO VOU CONSEGUIR ENTREGAR NO PRAZO QUE COMBINAMOS”: ao longo do processo, você começa a perceber que não vai dar conta do volume de trabalho na data indicada pelo chefe? Então sinalize sua preocupação a ele imediatamente. “Se você conversar com seu chefe dias antes e argumentar o possível atraso, mesmo que seja impactante, ainda há tempo para reagir e encontrar uma solucão”, declara a psicóloga organizacional e consultora de carreiras Izabel Failde, de São Paulo (SP). Avisar horas ou minutos antes do prazo final que dificilmente conseguirá entregar o que lhe foi solicitado pode causar uma situação insustentável dentro da empresa, principalmente se envolver um projeto do qual outros funcionários ou departamentos dependam. Incompetência, falta de responsabilidade e de iniciativa e desinteresse são apenas algumas das análises que o chefe fará sobre o seu comportamento